A diretoria do Sintramotos (Sindicato dos Trabalhadores com Motocicletas do Transporte de Cargas e Passageiros), neste momento de luta contra estes constantes e abusivos reajustes nos combustíveis, nos colocamos ao lado dos caminheiros e dos trabalhadores motociclistas, taxistas, dos motofretistas e mototaxistas, que estão nas ruas, nas rodovias. Na Região de Curitiba motofretistas e motoristas de aplicativos se juntaram à luta na manhã desta quarta-feira (23). Ao lado destes cerca de de 200 manifestantes que protestaram em frente à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a diretoria do Sintramotos se alia e manifesta apoio às categorias que igualmente sofrem com os constantes aumentos nos combustíveis, quase inviabilizando as suas atividades.

Todos nós que fazemos do transporte de cargas e de passageiros, seja grande, pequeno ou entregas, o nosso ganha pão, o sustento da família, estamos insatisfeitos com a política de reajuste dos combustíveis praticada pela Petrobras, desde 3 de julho do ano passado. Para se ter uma deixa, nesse período, o óleo diesel subiu 56,5% na refinaria, conforme calcula o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) – passou de R$ 1,5006 para R$ 2,3488 (sem os impostos). O aumento acompanhou a cotação do petróleo no mercado internacional, como quer a Petrobras. Exatamente essa alta que, para nós, motoristas e motociclistas, vem inviabilizando a nossa atividade.

O Governo não acredita na força do trabalhador e anuncia uma redução anêmica de R$ 0,05 para o litro de combustível nas refinarias. Além de ser irrisória, esse valor nem chega às bombas nos postos de combustíveis. Ou seja, 'beneficia' apenas as refinarias e o consumidor final continua sendo prejudicado. Essa redução é anunciada depois de aplicado cinco aumentos sequenciais nos combustíveis. Também, Governo e Congresso anunciaram um acordo para zerar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) que faz parte da carga tributária sobre o óleo diesel. A intenção, nos parece conter os protestos e o movimento grevista, com a finalidade de impedir maiores transtornos e o desabastecimento de produtos. Porém, há necessidade de que a Petrobras reveja sua política de preço sobre os combustíveis, enquanto isso não acontecer, os protestos serão mantidos.

 

Cacá Pereira
Presidente do Sintramotos